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“A beleza é a harmonia e a concordância de todas as partes arranjadas de tal forma que nada possa ser adicionado, subtraído ou alterado, exceto para pior”.

Leon Battista Alberti.

A música para unir, em harmonia, os alunos da Montale.

A inteligência musical é uma das primeiras a ser desenvolvida desde o nascimento da pessoa.
O fomento desta inteligência é importante porque estimula capacidades cognitivas como memória e atenção e constitui um elemento positivo no desenvolvimento de aspetos emocionais, individuais e de relação com o ambiente da pessoa. É por isso que é muito importante estimulá-la.
Na Montale é dada grande atenção ao aspecto da criatividade e da inteligência emocional do aluno. Pois o futuro será sempre mais de profissões ligadas à resolução de problemas, criatividade, colaboração e empatia. Mas como fazer em tempos de distanciamento físico? Com criatividade podemos. E tivemos neste mês de maio duas ideias diferentes, mas que convergem quando o assunto é PROJETO.

• Uma primeira iniciativa ainda em curso sob a condução da professora de música Elaine Giacomelli é a criação de um coral digital entre o Brasil e a Itália, entre a Montale e uma escola parceira de Vicenza.
• Uma segunda ação com a supervisão da professora de italiano Sara Debenedetti foi um desafio em quarentena junto ao nosso ex-aluno Matteo Papaiz.

Se trata de duas atividades educacionais que permitem ao aluno aprender ferramentas digitais, a ter visão de projeto, assim como estimular a própria imaginação e brincar com a própria musicalidade. Estamos dando ênfase à importância da inteligência musical como modalidade de aprendizado e formação integral, como já fizemos em abril quando realizamos o coral da Pasquetta.

Sobre o coro, estamos criando junto aos alunos de uma escola de Vicenza um coro à distância, unidos pelo mundo digital. Está sendo uma oportunidade para ter uma troca de experiências entre alunos da nossa Escola com colegas distantes, criar novos elos, aprender a colaborar a distância entre culturas diferentes. Diz a nossa diretora pedagógica italiana, Paola Capraro: “A força de um coro é a sua capacidade de agrupar diferentes vozes e coordena-las para que sejam harmonia. Faz da união a sua força, e por isso é maravilhoso quando um conjunto de pessoas cantam em coral”.

É como dizia o matemático italiano Luca Pacioli em sua obra Divina Proportione, que “toda parte tem em si a predisposição de unir-se ao todo, para que assim possa escapar à sua própria imperfeição”. O poder dos arranjos estéticos de criar harmonia advém de sua capacidade única de unir as diferentes partes de um todo, de tal forma que cada uma continua mantendo sua identidade, ao mesmo tempo que se integra ao padrão maior de um só todo.

E é essa visão de totalidade que buscamos fomentar nos alunos, a partir também do projeto com o ex-aluno Matteo Papaiz. Convidamos ele para produzir um vídeo musical para os nossos alunos, à princípio com algo que envolvesse a carreira artística dele, pois ele é também músico. Ele não só topou, mas decidiu nos desafiar e fazer sim, um vídeo, mas acompanhando-o com uma palestra exclusiva sobre as motivações, o processo de fazê-lo, e como ele poderia ser simbólico do processo para realizar qualquer projeto.

Assim, a partir de um coro musical, e da criação de um vídeo musical, temos a oportunidade de levar aos alunos uma experiência projetual e colaborativa. Quando compartilhamos nossas limitações com as dos outros, e este momento nos leva a isso, na relação com familiares, vizinhos, colegas, complementamos nossas falhas e as dos outros, o que nos possibilita criar assim uma harmonia viva na arte da vida, comparável às harmonias criadas na música e nos projetos bem sucedidos. Como diz nosso ex-aluno Matteo: “A primeira questão ao realizarmos qualquer coisa, como fazer uma pesquisa, estudar para uma prova, organizar uma viagem ou até mesmo dormir, é nos depararmos com a realidade de que lidamos com recursos e que os recursos são geralmente, para não dizer sempre, escassos. Sempre que realizamos um projeto, é necessário dividir o entregável maior em entregáveis menores com os quais conseguimos lidar de maneira muito mais fácil para que depois possamos combiná-los como num Lego em um resultado maior”.

E qual a lição que poderemos tirar disso?

Para a Prof. de italiano, Sara Debenedetti, e nosso ex-aluno, Matteo, a principal é que podemos realizar qualquer coisa que nos propusermos a fazer, pois não fazemos nada inteiramente sozinhos e não precisamos ser necessariamente especialistas em um assunto para nos envolvermos em um projeto.

Para a nossa professora de música, Elaine Giacomelli, “o coral é um trabalho essencialmente colaborativo e coletivo, é um corpo. É estar e ser ali. Mesmo à distância, os participantes têm o sentimento de pertencimento, de união e, principalmente, experimentam a essência mesma do coral: a alegria do compartilhamento. Cria-se, portanto, uma ligação entre quem o faz e quem o aprecia como produto final.”

Vivenciar a inteligência musical nos leva a nos conhecer melhor e entender que o jogo está sempre aberto para quem é criativo, se desafia e cultiva a interdisciplinaridade, conversando sem preconceitos com quem possui perspectivas diferentes das suas.

E assim é na Montale.

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